Convidada: Ana Elisa - Au Pair na EUROPA

Oi meninas!

Eu sou a Ana Elisa, fui Au Pair em New Jersey por um ano e meio (entre 2009 e 2010, o que parece ser um milhão de anos atrás) e na Bélgica por um ano (2011-2012).

Quando decidi viajar de novo ouvi muito “O quê? Você vai ser Au Pair de novo?”, “Quanta coragem, hein!”, “Bélgica, onde é isso?”, “Não tá feliz aqui, não?”, “Não tá na hora de ajeitar sua vida aqui? (leia-se: tá ficando velha e tá na hora de arrumar um bom emprego e casar.)”

A verdade é que 1. Fui muito feliz sendo Au Pair, 2. Não tinha um emprego lá essas coisas e 3. A única certeza que tinha naquele momento é que queria conhecer mais do mundo. Não queria ficar “stuck” na minha cidadezinha, num emprego que não me inspirava, me matando só pra ter casa, carro, pagar contas.

Embarquei dois dias depois de completar 25 anos e foi uma das melhores coisas que fiz na vida.

Foi assim:

• Comecei a pesquisar sobre ser Au Pair em outros países, sem nada muito específico em mente.
• Fiz meu perfil no Au Pair World e comecei a dar uma olhada nas famílias. Como eu sabia um pouco de francês, marquei França, Canadá, Bélgica e Suíça (se não me engano).
• Recebi uns emails de famílias francesas, mas não rolou. Acho que porque eu não estava totalmente confiante.
• No final do semestre (eu era professora de inglês) eu disse pra minha chefe que não continuaria no próximo ano. “E quais são seus planos?” “Ainda não faço ideia!”
• Uns dois meses depois, minha host family belga entrou em contato por email. Marcamos skype, falei com os pais, com as kids e com a Au Pair. Naquele momento eu tive certeza que iria morar com eles!

Fiquei um pouco nervosa em cuidar de três kids (7, 5 e 4 anos) e de ter problemas de comunicação (eles moravam am Flandres, a parte da Bélgica onde se fala holandês). Mas ser Au Pair uma vez me ensinou que dou conta de muito mais do que imagino.

Antes de encontrar essa família eu tinha muitas dúvidas e medos sobre não usar agência e fazer tudo sozinha, mas é muito mais tranquilo e barato do que eu pensava.

Processo

O processo para vir para a Europa é completamente diferente do que para os EUA.

• Ao fechar com a família, tudo foi muito rápido. Ou, o mais rápido possível, já que estamos lidando com governo e burocracia. (Nota: fechei com a família no início de janeiro e embarquei no início de abril)
• Primeiro enviei os documentos que me pediram (via correio) para a Bélgica e lá eles deram entrada na minha permissão de trabalho na prefeitura da vila onde moravam.
• Quando esse documento saiu, eles enviaram pra mim no Brasil (essa é a parte chata e demorada, já que é feita pelo correio). Com esse documento em mãos, formulários, outros documentos e meu passaporte, enviei meu pedido de visto por correio ao Consulado Geral da Bélgica em São Paulo. Isso mesmo! Nem precisei pisar no Consulado!
• Eles enviaram meu passaporte de volta, com o visto coladinho lá e embarquei! (Minha família comprou a passagem de ida e volta pra mim, mas nem todas são assim, tem que negociar).

A Bélgica

A Europa é linda! Vim morar numa vila daquelas de filme da idade média, bem do lado de um castelo. Muito verde, natureza, bichos e ainda assim, pertinho de Bruxelas. O estilo de vida é muito mais tranquilo, saudável e as crianças são as mais não-mimadas que já vi. Claro que isso não é regra, só minha experiência. Eu sabia que estava vindo para um lugar muito quieto e isso foi bom pra mim. É bom saber onde está se metendo pra depois não morrer de tédio. Muitas famílias europeias moram na “zona rural”.

Kasteel van Gaasbeek, na vila onde morei

Fiquei meio maluca no início – ouvia holandês na vila onde morava, mas em menos de uma hora estava em Bruxelas e só ouvia francês. Com o tempo acabei me acostumando e aprendendo um pouco. Minha host family toda falava inglês, dos avós aos pequeninos! Me divertia muito com as pérolas das kids misturando inglês com holandês ou fazendo traduções sem sentido, mas me sentia orgulhosa de ver o quanto eles aprendiam comigo.

Bruxelas é considerada o coração da Europa - capital da União Europeia e com conexões muito boas. Em três horas de trem você chega a Paris ou Amsterdam, há companias aéreas com passagens a preço de banana (Ryanair) e de ônibus também. Resumindo: viagens baratas, frequentes e inesquecíveis! Tudo é perto e tudo é tão diferente!

Bruxelas, Atomium ao fundo

Bom, acho que o post já está grande demais. Se quiserem mais detalhes ou tiverem dúvidas sobre ser Au Pair na Europa, é só falar!

Eu voltei para a Bélgica há quase oito meses pra morar com meu namorado (aaaawn!), escrevi um e-book sobre minha experiência no exterior e fiz um site novo: www.anaelisamiranda.com. 

Se quiserem ler as histórias no meu blog antigo: http://www.anaeasletras.blogspot.com/